Há de se me perdoar os estrangeirismos neste texto. But, I was feeling like blue last night. E sempre que isto acontece meu cérebro pensa em inglês. Não lhes sei explicar o motivo, aliás, nunca soube. Mas arrisco que, talvez, para não me causar maior impacto, opta por uma língua pouco poética e absolutamente impessoal. Até mesmo porque ser feliz com musicalidade, ainda que em tons menores, é possível. Mas como se cantar a ausência? Melhor explicá-la em international trade terms.
E em prol da explicação desta inexistência, não só de sentimento, mas de vontade e opinião, veio-me a mais assombrosa das descobertas. O nosso afeto à autonocividade chegou ao cúmulo de construir-nos uma cela lingüística onde é fácil negar o salutar, mas impossível refutar o ruim.
Anyway, that, I wasn't able to do in such case, when the phrase needed to be complete with some denial about a bad feeling! A negação daria o efeito correto de falta, pois, por obvio, não se pode afirmá-la. Inicialmente atribuí a incapacidade ao desconhecimento da lingual estrangeira, e forcei-me a pensar em português. Vasculhei meu cérebro, mas não tive motivação para o dicionário.
Até mesmo porque me lembraria, o som é mais do que cacofônico. Inclusive nossos ouvidos são treinados para desconsiderar a negação do pernicioso!
O pequeno poeta em desespero clama aos deuses das cátedras: restará esperança para definir-se a ausência?
Copyright © 2006 Lawrence Wengerkiewicz Bordignon Todos os direitos reservados
Nenhum comentário:
Postar um comentário