Fui descuidado. Durante muito tempo deixei o terreno sem tratamento e me importei pouco com a qualidade das sementes. Fiz pouco caso disto, ainda que as colheitas não fossem completas. As vezes conseguia tirar da terra um olhar maroto, de vez em quando um beijo roubado mas sem sentido. Com alguma sorte nascia uma meia hora de diversão.
Chegou o momento onde desisti. Abandonei a fazenda e parti para a vida movimentada da cidade. Parei definitivamente de plantar. Comprava tudo o que precisava nas prateleiras noturnas de mercados movimentados. Inclusive, achei um modelo genérico de carinho que pode até funcionar por certo tempo. Mas claro, é industrializado e, por isso, o gosto é bem mais leve e pouco envolvente. Passa logo.
Por sorte, enquanto teimava em plantar, não sofri o problema comum dos agricultores deste país. Por muita sorte mantive-me longe dos bancos. Não empenhei meu nome portanto, e, assim, estive livre para a sacada.
Nunca falei da sacada. Este é um lugar que invariavelmente se repete pela minha vida, sempre chegando em horas mais precisas de mudança. Por certo não é sempre igual, nem tem a mesma altura. A única semelhança é a proximidade que me deixa de Sua Majestade Prateada.
De novo, olhando para ela, percebi os ciclos que vivo junto com este mundo e o universo de causa e efeito em que me envolvo inclusive durante o sono. Daí, o quão inútil era minha crença de que a colheita se fazia por ela mesma, independente da intenção, da minha intenção, enquanto plantava.
Abaixei os olhos e me recolhi. Voltei à fazenda.Estava lá, boquiaberto em perceber como o terreno havia se regenerado, sozinho, independente de mim. O tempo em que o deixei fez-lhe bem.
Enquanto o contemplava, caiu-me aos pés uma semente. Olhei-a. Era um pouco pálida, embora se percebesse algo diferente nela. Desta vez não a joguei. Depositei-a com cuidado, revolvendo a terra e cobrindo-a para que não esfriasse.
Espantei-me com o resultado, quase que imediato. Cresceu rápido, violácea e verde, e eu colhi a maior safra de fartos sorrisos que já vira. E, ainda, eles eram deliciosos.
Chegou o momento onde desisti. Abandonei a fazenda e parti para a vida movimentada da cidade. Parei definitivamente de plantar. Comprava tudo o que precisava nas prateleiras noturnas de mercados movimentados. Inclusive, achei um modelo genérico de carinho que pode até funcionar por certo tempo. Mas claro, é industrializado e, por isso, o gosto é bem mais leve e pouco envolvente. Passa logo.
Por sorte, enquanto teimava em plantar, não sofri o problema comum dos agricultores deste país. Por muita sorte mantive-me longe dos bancos. Não empenhei meu nome portanto, e, assim, estive livre para a sacada.
Nunca falei da sacada. Este é um lugar que invariavelmente se repete pela minha vida, sempre chegando em horas mais precisas de mudança. Por certo não é sempre igual, nem tem a mesma altura. A única semelhança é a proximidade que me deixa de Sua Majestade Prateada.
De novo, olhando para ela, percebi os ciclos que vivo junto com este mundo e o universo de causa e efeito em que me envolvo inclusive durante o sono. Daí, o quão inútil era minha crença de que a colheita se fazia por ela mesma, independente da intenção, da minha intenção, enquanto plantava.
Abaixei os olhos e me recolhi. Voltei à fazenda.Estava lá, boquiaberto em perceber como o terreno havia se regenerado, sozinho, independente de mim. O tempo em que o deixei fez-lhe bem.
Enquanto o contemplava, caiu-me aos pés uma semente. Olhei-a. Era um pouco pálida, embora se percebesse algo diferente nela. Desta vez não a joguei. Depositei-a com cuidado, revolvendo a terra e cobrindo-a para que não esfriasse.
Espantei-me com o resultado, quase que imediato. Cresceu rápido, violácea e verde, e eu colhi a maior safra de fartos sorrisos que já vira. E, ainda, eles eram deliciosos.
Copyright © 2009 Lawrence Wengerkiewicz Bordignon
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