Peguei-me a pensar no de repente de Vinícius. A língua é sábia. A ação contínua não merece um tempo verbal próprio. Se usar o gerúndio, devo isso à minha carência humana pela constância.
Falsa idéia que me dá. Seria no todo desnecessário se entendesse que algo que acontece só o faz para acabar. Assim, bastaria o presente, pois, uma vez acabado estaria no passado. A onça não está correndo, mas sim corre! Quando parar, aquela jornada deixa de existir, para recomeçar outra absolutamente nova.
Não sou instintivo como as onças. Apego-me à possibilidade do movimento sempiterno. Mais ou menos como faço para medir velocidade constante, linha reta ou crescimento bruto, crio meu socorro lingüístico em condições ideais de temperatura e pressão. Gerundiando!
Comecei a gerundiar quando comecei a crescer. Não fiz minha lição de casa, mas a estou fazendo. Não brinco na rua, mas estou voltando do colégio. Não estou apaixonado, mas estou gostando muito.
Mas, embora teime em estar vivendo, como para me defender, ela, a vida, me faz analisar sua sintaxe.
De repente meu carro está todo amassado no acostamento. De repente eu percebo um olhar furtivo na lanchonete da universidade. De repente meus avós estão mortos. De repente aparece um emprego novo. De repente estou sozinho.
Naquele de repente que muda tudo, sem a necessidade de um processo contínuo de eventos, está a essência. De repente, acordei, e vi que vida, e tudo o que mais importa nela, se constrói de repentes.
Falsa idéia que me dá. Seria no todo desnecessário se entendesse que algo que acontece só o faz para acabar. Assim, bastaria o presente, pois, uma vez acabado estaria no passado. A onça não está correndo, mas sim corre! Quando parar, aquela jornada deixa de existir, para recomeçar outra absolutamente nova.
Não sou instintivo como as onças. Apego-me à possibilidade do movimento sempiterno. Mais ou menos como faço para medir velocidade constante, linha reta ou crescimento bruto, crio meu socorro lingüístico em condições ideais de temperatura e pressão. Gerundiando!
Comecei a gerundiar quando comecei a crescer. Não fiz minha lição de casa, mas a estou fazendo. Não brinco na rua, mas estou voltando do colégio. Não estou apaixonado, mas estou gostando muito.
Mas, embora teime em estar vivendo, como para me defender, ela, a vida, me faz analisar sua sintaxe.
De repente meu carro está todo amassado no acostamento. De repente eu percebo um olhar furtivo na lanchonete da universidade. De repente meus avós estão mortos. De repente aparece um emprego novo. De repente estou sozinho.
Naquele de repente que muda tudo, sem a necessidade de um processo contínuo de eventos, está a essência. De repente, acordei, e vi que vida, e tudo o que mais importa nela, se constrói de repentes.
Copyright © 2007 Lawrence Wengerkiewicz Bordignon
Todos os direitos reservados
Nenhum comentário:
Postar um comentário