Avaliai a morte iminente da farsa coesa da criatura loquaz:
O pensamento neutral na mente cansada destroça a realidade, sem compromisso e sem destino. Larval e rudimentar expõe a equação sempiterna da personalidade as suas bases mensuráveis, singulares. Depois, divide-as, subtraindo discursos, multiplicando as vontades, adicionando valores.
Tudo analisa e tudo avalia, sem definir. Armazena.
Presenciai a morte coesa da farsa permanente da criatura loquaz:
A massa inerte é misturada, diluída e depurada. Dela retiram-se as paixões os desejos e os retrocessos. Peneiram-se os amores e as felicidades esquecidas. Extraí-se o sumo dos fatos que os causaram.
Produzem-se os antídotos, aplicam-se-nos, e verificam-se os resultados.
Por hora foi útil. A mutação da praga combatida, contudo, obriga a constante busca dos remédios. Nada é estanque, nada é definitivo. Herculeamente se persiste. Novas misturas de vontades, novos calmantes de desejos, novos escapes de paixões. Fórmulas que não suprimem o vírus, mas retardam sua atividade. Ele volta a calcinar.
A ciência já não é mais útil. Busca-se a filosofia, e uma carruagem forte o suficiente. Possivelmente só os pássaros selvagens poderiam vir em socorro.
Neste novo mundo, ao lado da Rosa, limpando vulcões, percebe-se que a cura foi dita há muito a Alcibíades.
Celebrai a morte loquaz da farsa coesa da criatura eminente:
Conheço-me a todos.
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