segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Devaneios pós-vestibulares

Voltei a pensar. Já tinha até perdido a prática. Coloquei a culpa na ausência da pena certa, depois na tinta vencida, depois na falta de hábito de tê-la à mão. Em momento algum fui honesto. Não me faltavam os meios, mas sim o motivo. Não pensava e, assim, não havia o que escrever.

Contemplava, sem nenhum fim ou necessidade. Mais ou menos como um leigo, eu, por exemplo, faz diante de uma obra de arte. Reconhece-lhe a magnitude, e é isso.

Mas recordar e discutir faz ter vontade de comprar, ter para si. E o problema que se impõe é seu preço, tanto aquele da etiqueta quanto o de sua manutenção. Nada que seja bonito é isento de custos.

Preciso encontrar o Marchand, convencê-lo a vender-me, fixar o preço. Feito isso, vem a transformação do lugar para colocá-la, o seguro, a limpeza especializada.

Parece tudo difícil de mais, só para possuir o efêmero. Talvez a grande divergência esteja nessa exata frase. Possuir só se possui o efêmero: o mármore, a tela, a tinta. A Obra, essa, em maiúsculo, não se tem. Vive-se-a.

Então, onde entra o pensamento?



Copyright © 2009 Lawrence Wengerkiewicz Bordignon
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